terça-feira, 16 de novembro de 2010

Pronto ou não [O sol da meia noite] - cap. 16

Os alces nunca pareciam satisfazer-me, mas eu não queria ir mais longe. E no parque era tudo Alice e eu conseguia encontrar a substância.

Ela, de facto, não caçou muito. Ficou apenas a olhar para mim na maior parte do tempo. Ela estava sem sede, apenas acompanhou-me nesta viagem muito necessária e infrutífera.
Necessária porque eu não podia permitir-me que estivesse com sede amanha, mesmo que fosse pouca. E infrutífera porque não importa o número de alces que mate, será sempre vão no momento em que o odor de Bella chegue ao meu nariz.

Eu não devia pensar nisto agora.

Assim que terminei a minha refeição da tarde, senti-me cheio, quando Alice pôs a mão no meu ombro.
- Edward, eu realmente penso que isto já é o suficiente.
E olhei para os seus olhos. Ela tinha uma pequena ruga entre as sobrancelhas.
Puxei para trás, timidamente e limpei o canto da minha boca.
Fazemos isto durante o tempo que temos, foi uma forma de arte e nós raramente fazíamos numa desordem.

- Vamos voltar agora? Ou queres testar a teoria de que os vampiros não conseguem adoecer?; disse Alice num tom provocante.

- Já terminei; respondi.

- Boa. Jasper esta à minha espera e ... todos os outros estão À tua espera.

- Desculpa; senti-me culpado por faze-la vir comigo quando ela não precisava mas eu não queria outra pessoa da família.

- Está tudo bem, eles não vão trazer muitos problemas. E esta viagem foi por Bella.

Estreitei os olhos e murmurei; - para a Bella.

Ela riu-se como um sino e começou a correr de volta.

Vamos lá, treinador lento.
Ainda tens de mudar de roupa antes de ires a casa dela, não é?

Cheguei a casa antes dela, é claro, encostei-me na parede, para esperar, a sorrir, quando ela finalmente chegou.

- Treinador lento?; disse eu fingindo inocência.

Ela piscou-me os olhos e entrou disparada para casa. Eu não estava ansioso de a seguir mas imaginei que acabaria depressa e assim poderia ver Bella a dormir, não queria perder nem um momento do seu sono.

Como hesitei na porta, ouvi o Emmett a falar - Rose vá lá, ele tem-se portado bem, dá-lhe um pouco de crédito.

- Isso é só porque há sempre demasiadas testemunhas; ela sussurrou de volta.

- Isso não é verdade .. ; Emmett começou a sufocar um riso. - Ele está com ela sozinho, no quarto dela em quase todas as noite ou tu não sabias?

- Humm obrigado Emmett .. Mas eu não estou preocupada com o comportamento arrepiante e perverso dele. Ela acentuou a palavra "perverso" que me fez encolher-me. - Eu gosto de estar aqui. Eu não quero mudar novamente, só isso.

Emmett estava muito ocupado a rir-se, quando eu finalmente entrei. Ele voltou o olhar para mim e isso só fez a sua gargalhada mais estridente. Balancei a minha cabeça, para tentar livrar-me dos pensamentos dele.

- TU vais arruinar tudo, amanha; Rosalie gritou para mim.

Olhei para o chão, não por constrangimento mas para controlar a minha raiva. Eu não seria capaz de me para se ela fala-se novamente sobre Bella.

- Rosalie, por favor... ; Charlisle começou.

- Oh, o que tem? Ele fez a sua escolha. Ele escolhe-a por cima da irmã. Por cima de nós todos.

- Não é esse o caso; Charlisle continuou com dureza na voz.

- Sim, é chamado de fé, Rose. Alice participou na conversa.

- Tu estas apenas a motiva-lo, tornar isto pior, até que ele .. ela estreitou os olhos concentrando-se em mim. - Até que seja hora da refeição.

- Edward não!! Alice gritou, mas foi tarde demais. Antes que eu apercebesse, tinha sido transportado pelo ar, rosnei para Rosalie. Ouvi ruptura de rosnar dela assim que choquei contra o Emmett, que se tinha lançado entre nós. Ele agarrou-me com os seus enormes braços para conter-me mas não podia parar o meu próprio rosnar. A brilhar com os olhos em chamas ardentes para Rosalie mas ela apenas mostrou os dentes, sem fazer nenhum som.

Fiquei consciente de que uma onda de serenidade se pousava em cima de mim. Jasper estava a tentar acalmar a situação mas isso não era suficiente para conter a raia que tinha em mim.

Eu estava pronto para tentar e lutar com Emmett, quando senti uma mão no meu peito. Esme.

Ela olhava-me com uns olhos suplicantes e preocupados. Na sua mente vi a minha própria cara. Eu parecia como .... como um vampiro. Imediatamente caí, quase sem reacção nos braços de Emmett.

Rosalie saltou para fora da sala num piscar de olhos e o Emmett deixou-me perder.

- Emmett devias ir atrás dela. Disse Alice, a cara dela torcida em apreensão. - Agora Emmett ... não acho que a Esme quer a sua cozinha inteiramente destruída.

Emmett olhou-me durante um longo momento. Mas ele não estava zangado, apenas confuso. Ele odiava ter de escolher um dos lados. Suspirou pesadamente e foi para a cozinha.

Estava prestes a correr até ao meu quarto quando Carlisle falou.

- Será que estas a pensar trazer a Bella para .. conhecer a família, Edward?

Lancei-lhe os olhos durante meio segundo antes de me voltar lentamente com um olhar de acusação para a Alice.

- Eu estava apenas a dizer ao Carlisle as poucas possibilidades futuras que vi para amanhã, apenas isso.
Disse ela com uma inocência na voz e nos seus olhos arregalados como se fosse uma criancinha.

Era impossível não acreditar nela. Os meus olhos perseguiram os de Jasper por um segundo assim que respondi ao Carlisle - Não sei.

Houve uma agitação na cozinha.

- Se decidires trazer aqui a Bella eu ficaria mais do que contente por lhe dar as boas-vindas. Carlisle respondeu.

- E eu adoraria .. ficaria muito feliz por também a conhecer. Esme falou assim que começou a andar as voltas pela casa, "mas por agora eu gostaria de salvar o que resta da minha cozinha ou Emmett no que diz respeito ao assunto" ela sorriu calorosamente e desapareceu.

Os pensamentos de Jasper encheram a minha mente.
- Eu não sei sobre trazer a Bella aqui, Edward .. Eu não tenho a certeza ..
Ele estava assustado que não fosse forte o suficiente. Eu olhei para ele através de uns olhos estreitados.

- Dá-lhe algum credito, Edward. Alice cortou amargamente.

- Apenas mantém a distância. E dei um empurrão ao Jasper ignorando o brilho da Alice.

Eu tinha de sair daqui.
- Desculpa. Sussurrei enquanto passava para o meu quarto e bati com a porta atrás de mim.

Já não aguento mais isto. Todos dias são o mesmo. Dividido entre a minha família e Bella. Às vezes já nem sei, se estou a proteger a Bella da minha família e de mim próprio ou a proteger a minha família de Bella? Sacudi a cabeça enquanto procurava por uma roupa no meu quarto. Precisava de ir para ao pé de Bella novamente. A minha ansiedade desapareceria quando a visse dormir.

Encontrei uma camisola branca e umas calças azuis. Alguém bateu à porta levemente. Se a ignorasse, ela talvez fosse embora.

- Oh, pára de ser melodramático, Edward. Alice entrou sem o meu consentimento. - Eu só quis ver-te antes de te ires embora, apenas isso.

Virei-me para o deslumbramento dela assim que ela se sentava no meu longo sofá de couro preto, dobrou as mãos por cima do peito.

- Tu amas-a e assim que te aperceberes do quanto, tu pararás com essas coisas. Ela piscou o olho para mim. Só lhe consegui dar metade de um sorriso. Eu estava um pouco em baixo, pensei assim que escolhi um casaco castanho.

- Despacha-te, ela esta quase adormecer .. bem, esta a tentar. Alice disse-me e olhou para a roupa que eu escolhi. Então ela riu um pouco bloqueando qualquer pensamento que a divertiu e depois saiu do quarto. Olhei para a minha roupa e perguntei-me sobre que seria o pensamento. Corri para me refrescar e mudar.

Corri para fora da casa, para dentro da floresta, isto aliviou-me completamente. A velocidade e o vento fizeram-me sentir livre de todo o peso que sentia em casa. O ar que respirei desnecessariamente foi bem recebido pelos meus pulmões e assim continuei a respirar profundamente.

Bella foi rápida adormecer mas o seu corpo não parecia relaxado. Ela ainda tinha os fones nos ouvidos e com a música contínua. Perguntei-me se deveria desliga-los. Estava indeciso. Em parte porque não queria acorda-la e em outra parte era apenas uma desculpa para lhe tocar. Balancei a cabeça.

Em vez disso, sentei-me sem fazer algum barulho, na cadeira de baloiço a pensar em como seria o dia de amanhã. Será que eu realmente podia estar a sós com Bella durante tanto tempo?

Sem testemunhas.. Um eco do monstro dentro de mim relembrou-mo. Não foi tão forte como há tempos. O monstro ia ficando mais fraco. Mas infelizmente ainda lá estava. Conclui com teimosia.

Bella parecia mais pacífica do que na noite anterior.

Observei a respiração constante dela, o odor, tomei uma profunda respiração, completamente exagerada. Isto ardeu. Aguenta-te, ordenei-me; e voltei a respirar ainda mais profundamente.

Pensei em sair de manhã e cancelar a viagem.

Imaginei rapidamente uma conversa na minha mente. Provavelmente dir-lhe-ia uma desculpa esfarrapada "surgiu uma coisa, não vou poder ir". Mas eu sabia que Bella me iria descobrir e não ia desistir da viagem. Então eu, claro que lhe fazia companhia.

As próximas horas foram gastas a pensar em desculpas e depois também pensei na reacção de Bella em cada uma das hipóteses. Sorri alegremente. Cada vez sabia melhor adivinhar o que ela possa dizer ou fazer.

Passei de novo todas as justificações que pensei usar como desculpa pela minha mente mas se as usasse não estaria a ser sincero com a Bella.

Eu quero manter a Bella a salvo e ainda estou tão indeciso se ela estará a salvo comigo? Isto fez-me sentir tão fraco. Esta não era a força que Esme via em mim. Ou a fé que Alice tinha. Ou mesmo as palavras de Tanya quando eu fui até Denali a pouco tempo atrás.

Eu era realmente um monstro. Eu não devia ter-lhe prometido porque não tenho 100% certeza que ... alguns cenários da minha mente desapareceram. Alguns que tinha tido quando respirei pela primeira vez o perfume de Bella Swan. A urgência, o incontrolável desejo. A falta de cuidado sobre o que acontecia se eu não me controlasse. Agora, este assunto já estava enterrado. Não, não completamente. Mas já era menos. Menos? Questionei-me. O quanto menos. Será suficiente para durar um dia?

Eu não tinha resposta a esta pergunta. Queria ocupar a minha mente longe de pensamentos de culpa, por isso olhei ao de leve para a janela. Lá fora permanecia tudo tão sossegado. Todo o Mundo dormia. Os meus olhos pararam a olhar para a carrinha da Bella. Estremeci ligeiramente assim que me lembrei do acordo que tinha feito com ela, à pressa. Ela ia conduzir amanhã. Naquilo! Eu devia ir lá agora remover o motor, dessa maneira ela não teria outra hipótese se não o meu carro. Mas isso seria engana-la, Bella saberia que eu tinha feito algo à carrinha, desactivando-a.

Pouco depois de amanhecer e o Charlie já se preparava para sair. Assim que o carro dele desaparecia ao descer a rua, eu olhei para a minha bela adormecida que estava bem perto de mim. Ela ia acordar em breve. Devo partir. Mas não consigo fazer com que as minhas pernas se mexam.

Lá tive de ir, deslizei para janela da Bella e agora estava do lado de fora, encostado a parede junto à porta. Ela, deste ângulo não me conseguiria ver das escadas, ouvi a sua pressa. Ainda estava com a mente sombria. Ainda não sabia se devia estar aqui, pronto para passar o dia como planeado. Eu não queria deixar Bella em baixo, mas também não queria desapontar a minha família. E acima de tudo eu não queria ser a razão de Bella deixar de existir. Estremeci. Eu sou forte. Ordenei-me. Claro que sou. Mas estas palavras pareceram-me vazias.

Ouvi os seus passos a descer as escadas e antes que ela soubesse que eu estava frente a porta, a minha mão tocou levemente.

Knock Knock.

Agora não podia voltar atrás.

Houve um pequeno atraso enquanto ela lutava para abrir a porta, mas logo que aberta, eu conheci os seus olhos e eles estavam animados e excitados. Eu olhei melhor para ela e imediatamente percebi o porque de a Alice ter rido da minha escolha de roupa. Isto ajudou o meu humor consideravelmente e ri à socapa assim que falei - Bom dia.

- O que se passa? Ela replicou ansiosamente.

- Combinamos.

Ela riu comigo, o som era melódico.

Ela trancou a porta e eu comecei a andar até a carrinha. Parei em frente à porta do passageiro, lamentado a decisão que ela tinha tomado.

Bella tinha uma pontinha de presunção na cara assim que falava. - Tínhamos um acordo. Ela relembrou-me. Subi em silêncio quando ela destrancou a porta por dentro.

- O que ..? Ela perguntou.

- Põe o teu cinto de segurança, já estou nervoso.

Ela estreitou os olhos para mim assim que metia o cinto.

- Vai pela estrada do norte. Instruí.

Eu fixava a sua cara enquanto ela conduzia. Ela ia concentrada na estrada, mas de vez enquanto olhava para mim. Para verificar se ainda permanecia a olha-la. Mas eu não podia tirar nem um segundo o meu olhar dela.

Percebi-me que ela estava a conduzir mais lento do que o habitual.

- Planeias sair de Forks antes de anoitecer?

- Esta carrinha é bastante velha para ser a avó do teu carro, por isso tem um pouco de respeito. Ela replicou.

Finalmente deixamos as bordas da cidade, as casas convencionais foram substituídas por verde, árvores e arbustos.

- Vira à direita por aquela estrada. Instrui novamente e sorri quando acrescentei. - Agora, conduzimos até ao fim da estrada.

Observei ligeiramente os seus olhos a esbugalharem-se e os seus dedos abrirem-se vagamente sobre o volante. A reacção que eu previ.

- E o que está no final da estrada? Ela questionou.

- Uma pista.

- Estamos a caça do tesouro?

- Há algum problema? Eu sabia que ela não gostava muito destas coisas.

- Não te preocupes, são apenas umas 5 ou 6 milhas e nós estamos sem qualquer pressa.

Ela não replicou. Nós continuamos a viagem silenciosamente e olhei para ela atentamente. Ela parece ansiosa, nervosa. Seria porque ela finalmente percebeu que não queria estar sozinha comigo. Em uma floresta vazia qualquer. Ela ainda permanecia sem falar. Isto está-me a deixar maluco.

- O que estas a pensar agora? Quebrei o silencio, quase num tom rude.

- Apenas perguntando-me para onde estamos a ir.

- É um lugar que eu gosto de ir quando o tempo esta agradável. Olhei para fora da janela, ao mesmo tempo que ela também o fez. As nuvens felizmente estavam de retirada.

- Charlie disse-me que hoje o tempo vai estar quente.

- E tu dizes-te ao Charlie o que ias fazer, hoje?

- Não. Ela respondeu envergonhada. Ela não disse ao pai?

- Mas Jessica pensa que vamos para Seattle juntos? Pelo menos alguém sabia que ela estava comigo, eu não posso cometer erros.

- Não, eu disse-lhe que tu tinhas cancelado; o que é verdade.

- Ninguém sabe que estás comigo? Como é que ela poderia ser tão estúpida, ela não entendeu o que eu era capaz de fazer?

- Isso depende .. Eu suponho que dizes-te à Alice.

- Boa, isso é muito útil, Bella. Belo tempo para fazer piadas. Ela não respondeu e eu tornei mais arrogante - Estas assim tão deprimida com Forks que faz com que queiras suicidar?

- Tu dizes-te que podia causar problemas ... por estarmos juntos publicamente.

- Então, tu estas preocupada com o problema que poderias causar-me – se tu não voltares a casa. Tentei fortemente não levantar a minha voz.

Bella apenas balançou a cabeça, e não se virou para olhar-me.

- Claro que tu farias isto o mais difícil possível para mim. Murmurei tão lento que não havia esperança que ela ouvisse.

Permanecemos em silêncio até ao resto da viagem, se eu falasse agora apenas sairia da minha boca rugidos e profanidades. Nada que Bella quisesse ouvir.

Chegamos ao fim da estrada. Bella estacionou a carrinha ao pé da borda e saiu. Esperei um momento e olhei-a retirar o seu casaco e amara-lo à cintura. Ela usava uma camisola sem mangas. A pela de marfim dos seus braços parecia tão suave. Quente. Balancei a minha cabeça rapidamente e levantei os olhos para o céu. O sol começou a brilhar mais forte, assim o dia ficava ainda mais quente. Sai finalmente da carrinha e também tirei o casaco mas coloquei-o no banco. Depois bati com a porta da carrinha para captar atenção de Bella. Manti o meu corpo para a frente da grande floresta que nos espera, mas virei a cara para falar por cima do meu ombro. - Por aqui. O aborrecimento ainda era óbvio na minha voz e comecei a andar para dentro da floresta.

- A pista. A voz de Bella estava assustada.

- Eu disse que havia uma pista no fim da estrada, mas não que íamos por lá.

- Nenhuma pista. O mesmo pânico na sua voz. Agora ela reagia como deveria.

- Eu não te deixarei perder.

Ela pareceu sufocar-se com o quer que fosse que ia dizer, virei-me para lhe dar um sorriso. Os olhos dela encontraram os meus e eu fiquei confuso com a tristeza que vi neles. Porquê que ela estava em baixo?

- Queres ir para casa? Perguntei com calma. Eu não queria que fosse, mas não podia deixa-la assim assustada.

- Não. Replicou e de seguida começou andar ao meu lado para afirmar a resposta dada.

- O que se passa? Agora, minha voz estava calma.

- Eu não sou boa a fazer caminhadas. Terás que ser bastante paciente. Ela informou infeliz.

- Eu posso ser paciente; se eu fizer um grande esforço. Sorri, tentando aliviar o seu medo.

- Eu irei te levar a casa. Finalmente prometi na esperança de aliviar as suas duvidas.

- Se tu quiseres que eu ande 5 milhas pela floresta antes do pôr-do-sol, é melhor começares a abrir caminho. Ela disse com voz áspera. Não conseguia perceber porquê que ela estava zangada agora. Fiz-lhe uma careta, mas não obtive nada. Embrenhei-me pela floresta e ela seguiu-me. Ela parece relaxar uma vez que já estávamos mais dentro da floresta e eu não quis que caísse portanto eu deixava o melhor caminho para ela e caminhava por cima dos fetos e musgos húmidos. E sempre que encontrávamos obstáculos como arvores caídas ou rochas eu ajudava-a, levantava-a suavemente pelo cotovelo. O calor da pele dela punha-me à prova o tempo todo. E eu conseguia ouvir o bater do coração acelerar. Eu não estava certo se isso seria uma boa coisa. Talvez fosse por medo. Os olhos dela estavam tristes cada vez que apanhava a olhar-me. Continuamos a caminhar a maior parte em silencio, a menos que eu perguntasse de vez enquanto. Hoje fiz perguntas mais fáceis. Ela disse-me que matou todos os peixes de estimação e isso fez-me rir bem alto. Foi um alívio rir desta maneira. Tão abertamente. Senti-me tão bem.

Seguimos a caminhada através de um labirinto verde ao passo humano. Isto não me incomoda, andar lento. Apenas significa mais tempo com a Bella. As árvores antigas permaneciam à nossa volta. Agora, estávamos perto do prado e o sol começava a brilhar no verde-escuro, iluminava-o vivamente. Eu conseguia ouvir o ritmo corrente doce e ver as cores brancas, violetas e amarelos que estava nas flores selvagens.

- Ainda não chegamos? Bella zombou.

Esta frase fez-me sorrir, ouvir que o humor dela estava mais em cima.

- Quase, consegues ver o brilho lá à frente?

Ela piscou os olhos. - Humm, deveria?

- Talvez ainda fica longe dos teus olhos.

- É hora de visitar o oftalmologista. Ela estava muito mais feliz agora. Não fiquei seguro da sua tranquilidade.

Depois de algum tempo, Bella começou a tomar o meu passo largo. A marchar para a frente, quase ansiosamente, para as sombras amarelas. Ela andou até ficar dentro do perfeito círculo no qual parou apreciar a sua beleza. Eu permaneci nas sombras vê-la com cautela. Ela virou a cabeça para me encontrar e logo girou o resto do corpo na minha direcção. Será que posso fazer isto? Poderia mostrar-lhe quem sou? Ela sabia, claro, mas ver .. seria demais ? Será que ela me permitia leva-la de volta à carrinha antes que começasse a gritar? Suspirei em silêncio para mim mesmo quando Bella assistia. Antecipação estava estampada na cara dela. Para minha surpresa, ela deu um passo na minha direcção e sorriu. Nem me mexi. Novamente deu outro passo e fez-me um gesto com a mão para me aproximar. Levantei a minha mão rapidamente. Eu não queria que ela viesse ao meu encontro.

Bem, já estava na hora. Tomei uma última respiração profunda, desnecessária e caminhei para o prado com o brilho incandescente do sol do meio-dia.

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